A ÁRVORE DA SERRA
— As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá‐la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!
— Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pôs almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minh'alma! ...
— Disse — e ajoelhou‐se, numa rogativa:
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva!"
E quando a árvore, olhando a pátria serra,
Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!
Augusto dos Anjos
Insana madrugada insône... em companhia de Mark Ryden e Augusto dos Anjos...
Redirecionando
Há 11 anos
A estética de seu blog, tanto quanto os textos contidos nele, estão muito bons...
ResponderExcluirConfira o meu através do link abaixo:
http://cronutopia.blogspot.com/